Hoje dia 31 de janeiro de 2019, completam 3 anos de
falecimento da minha querida mãe Ondina Almada, que morreu de câncer de ovário,
foi cremada e teve as suas cinzas jogadas no mar. A gravação do documentário começou
quando joguei as cinzas no mar, e depois da gravação no templo budista. No
documentário falei que joguei as cinzas na praia do Arpoador, mas na realidade
joguei no outro lado da pedra, que é a praia do Diabo, depois que a ficha caiu,
pensei “Caralho joguei a minha mãe no
inferno!”. Mas, depois pesquisei o motivo desse nome, ele é conhecido
assim, porque o mar é muito furioso e perigoso, então fiquei mais aliviado.
O restante da gravação terminou em fevereiro de 2018, porque
tinha ficado sem computador para fazer a edição de vídeo. Tirando a cena das
cinzas e do mosteiro, o restante do documentário foi feito no celular, e deu
muito certo. Consegui o meu grande objetivo que foi elogiar as 3 pessoas que
mais amei na vida, que foram: a minha mãe Ondina Almada, minha tia Corália e o
monge budista Venerável Vipassi.
Senti muito o falecimento do meu grande amigo Venerável
Vipassi, nosso relacionamento era de pai e filho, ele me educou e ensinou muitas
coisas, não pelas palavras, porque não sabia falar português direito, mas sim
através do exemplo. Ele faleceu em 2006,
e quando recebi a noticia do seu falecimento chorei feito criança, e até hoje
sinto muita falta dele, “Adeus meu grande
amigo, saudades!” (até chorei quando digitei essa passagem).
Lembro quando vi os médicos tentando reanimar o corpo da
minha mãe, mas já tinha partido, e a enfermeira cobre a cabeça dela com o
lençol, depois de morta. A pior parte quando tive que ir para casa, já tinha
bloco de carnaval na rua, pois quando peguei o metrô, estava cheio de folião,
todo mundo cantando alegre, e eu no meio da multidão chorando de tristeza pelo
falecimento da minha mãe.
Passei por um processo super complicado, os meus irmãos não
ajudaram em nada, nem mesmo ajudaram pagar a cremação do corpo, e nem foram
visitar a mãe no hospital quando estava viva. Pedi dinheiro para o meu tio, não
quis ajudar também. A pior parte foi que os meus irmãos não queriam assinar o
documento para liberar a cremação do corpo, pois tive que xinga-los e
ameaça-los para assinar o papel. Quem ajudou a cremar o corpo da minha mãe foi
a minha ex namorada, pois se dependesse dos meus irmãos, ela seria enterrada
como indigente.
A minha mãe foi velada as 17:00, no dia seguinte as 10:00 da
manhã, o meu irmão liga para mim, pedindo a documentação do apartamento, porque
queria fazer o processo de venda. Fique puto, xinguei de tudo, não respeitando
o falecimento da nossa mãe. Morava somente eu, minha mãe e o meu sobrinho, mas
em breve irei perder o apartamento, porque eles querem a parte deles. Eles
ficam me urubuzando, ameaçando com o advogado e com a justiça. O apartamento
não vale muito, se for vendido, não terei dinheiro para pagar as parcelas do
outro apartamento, ficarei na rua.
Os meus irmãos aprontaram todas para mim, já tive grandes
prejuízos financeiros, psicológicos e emocionais, e pior de tudo, ainda me
encontro desempregado. Estou realizando alguns trabalhos de fotografia, mas às
vezes não aparecem serviços. Posso falar quem me ampara é o Céu, pois ele que
me dá forças e sabedoria para lidar com as adversidades da vida. A expressão
Céu é um termo taoista que gosto muito de usar, pois quem tem Ele como amigo,
nada te acontece. O meu melhor amigo não são as pessoas, nem os animais, e nem
a natureza, mas sim o Céu.
As pessoas que assistiram ao documentário acharam muito
forte, emocionante e triste, assumo que fiquei emocionado em todas as cenas, as
lembranças eram fortes, e mesmo assim consegui realizar o meu objetivo, que foi
terminar o filme. Para mim a cena mais marcante foram do cemitério narrando a
história do homem rico, e o momento que joguei as cinzas no mar. Engraçado que
o nome Ondina é uma entidade do mar, ainda mais era do signo de câncer,
relacionado com a água, pois no momento que joguei as cinzas, fez um barulho na
água, parecia acido dissolvendo alguma coisa, fazendo até mesmo espuma. Percebi
que o mar aceitou as cinzas dela.
Nos dias atuais, sou hindu e comentei esse fenômeno para o
guru, e ficou impressionado, porque na India quando joga o corpo no Rio Ganges
é na intenção de levar o cadáver para o mar. Na tradição indiana, todos os
corpos devem ser jogados no mar, por isso, que joga no rio, que desembocará no
mar. Na nossa tradição é extremamente importante, o corpo deve ser sepultado,
pois pode trazer grandes consequências para a família do falecido. Pessoas que
deixam o corpo dos seus parentes para o estudo, não tendo um sepultamento, não
terão paz de espírito. Sepulta sempre os seus entes queridos, mesmo que não
foram pessoas boas. Na exumação, peguem os ossos jogam no mar, ou enterra em
algum lugar, pois em muitos cemitérios jogam os restos mortais no lixo.
Fiz a última vontade da minha mãe, que foi ter as cinzas
jogadas no mar. Sei que fui um excelente filho, fiquei sempre ao lado dela até
o momento da sua morte. Sei que não irei ter nenhum remorso, porque sempre fiz
as coisas certas, e respeito muito à memória da minha querida mãe. Nunca fiz
coisas erradas para não decepcioná-la, e vou continuar assim, até mesmo depois
da sua morte. Minha mãe tinha um temperamento forte, mas tinha uma excelente
qualidade, que era a sua honestidade, e herdei isso dela. A honestidade e
caráter deve estar acima de tudo.
Obrigado por ler o texto e assistir o documentário!
Fiquem com o Céu!
Márcio de Andrade.
No comments meu amigo
ResponderExcluirA sua familia nessas horas, que era para esta lhe amparando, estão sendo os que mais estão lhe prejudicando..
E o pior...
Em nenhum momento tendo um pingo de respeito pela sua mãe
Lamentavel - porém é a situação que mais vejo no dia-dia..
Orar por voce meu amigo, que toda essa "tribulação" que voce tem passado, seja somente experiencia e voce possa sair dessa mais ainda fortalecido, pois voce comentou que tb esta com dificuldades financeiras
Sei que somente falar não adianta de nada, mas estamos ai
Fique com DEUS
Força confrade
ResponderExcluirAgora consigo colocar um comentário. Cara seu documenta rio foi muito bem elaborado. Gostei muito. Tenha força confrade. Este momento vai servir para vc aprender mais e mais coisas da vida confrade. Fique firme.
ResponderExcluirForça confrade
ResponderExcluirForça amigo
ResponderExcluirMárcio, você eh o cara!
ResponderExcluirTorço muito por você.
Deus te abençoe confrade!
Meus sentimentos !!!
ResponderExcluirMárcio. Porque não marca um rodízio de novo, ou uma cerveja em um botequim com quem for do Rio?
ResponderExcluirNão consigo nem acreditar que é você que escreve esses textos. Você é uma pessoa simples. Mas ajuda muita gente.
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