domingo, 19 de maio de 2013

Um passeio pelo cemitério

Nos últimos 10 anos, a maioria dos túmulos são
de pessoas jovens
Umas das coisas que mais sei sobre essa vida são questões filosóficas, apesar de que nunca li um livro de filosofia, mas aprendi diretamente com um grande mestre chamado a morte. Por causa dela, que existem as religiões e filosofias, fazendo com que o ser humano reflita sobre a sua existência no mundo, pois para entender a vida, primeiro tem que entender a morte.
Tenho ligações diretamente e indiretamente com a morte, e do sofrimento humano desde o meu nascimento, me trouxeram grandes reflexões sobre a vida, mas o engraçado de tudo foi tudo natural, ou seja, a vida foi me mostrando sem mesmo perceber. Por exemplo, quando criança estudava perto do necrotério, e depois ia para o trabalho da minha mãe que era enfermeira e lá via os doentes, e via também pessoas morrerem na minha frente.
Depois morei no lugar que tinha vista para o cemitério, depois mudei e morei durante 10 anos ao lado de um asilo, e lá ouvia os gritos dos velhinhos e todo o dia sempre via um morto. Atualmente moro ao lado de um hospital e vejo a mesma coisa, e ainda moro perto da delegacia onde vejo pessoas sendo carregadas de algemas pelos policiais.
São muitos casos, só contei muito resumido sobre a minha experiência, ainda mais fui educado sob disciplina budista, que me aperfeiçoei com os ensinamentos taoístas, hare krisna e ten tao, e mais algumas técnicas.
Antigamente tinha grande admiração pela morte, não me assustava e não via muito sentido de pessoas irem ao cemitério visitarem os seus mortos, mesmo eu tendo o costume de passear pelo cemitério de vez em quando. Nos dias de hoje odeio a morte, porque ela levou as pessoas que mais gostava, principalmente a minha querida tia. De vez em quando, eu visito o seu túmulo e converso com ela, pois toda a minha racionalidade foi água abaixo, quando perdi a minha tia.
A racionalidade é bonitinho quando não acontece contigo, depois que acontece a sua razão desaparece, depois vê que tudo aquilo que racionalizava não serve para nada. Ou seja, não existe racionalidade na morte, mesmo não acreditando na vida pós a morte, a pessoa vai querer visitar o túmulo, nem que seja para amenizar a sua dor. Mesmo não visitando o parente morto, haverá conflitos internos entre a razão e a dor de ter perdido o ente querido. Tentara racionalizar, mas infelizmente não terá efeito, por isso que muitos voltam à religião.

Jovem morto, pois não somos livres para
fazer o que quer
Passeando pelo cemitério tenho reparado a grande quantidade de túmulos de pessoas jovens entre 12 a 25 anos, os jovens estão morrendo e não aprenderam nada com a vida. Nos últimos 10 anos, os cemitérios têm mais jovens enterrados do que pessoas que morreram idosas tenho reparado muito nisso, mas infelizmente a sociedade não aprendeu que não somos livres para fazer o que quer na vida.
Converso muito com os coveiros, eles contam história do morto de como ele morreu, e muitos tiveram (ainda jovens) mortes tristes, alguns foram assassinatos com tiros na cabeça, outro cometeu suicídio por causa de mulher, meninas que foram estupradas e encontraram o corpo em decomposição no rio, etc. Convido caro leitor que confira o que eu disse, passeia pelo cemitério, toma consciência e muda de vida, pois não somos livres para fazer o que quer na vida.

Trabalho sobre o feminismo
www.marcioconsciencia.blogspot.com.br

Um comentário:

  1. A morte também já levou pessoas queridas de mim.

    Mas, com elas, pude refletir no significado de viver. Certas problemas, tristezas do dia-a-dia são tão insignificantes perante a morte.

    Quero que no final da vida possamos olhar para traz e apreciar uma bela jornada.

    ResponderExcluir