Nos últimos 10 anos, a maioria dos túmulos são de pessoas jovens |
Umas das coisas que mais sei sobre essa vida são questões filosóficas, apesar de que nunca li um livro de filosofia, mas aprendi diretamente com um grande mestre chamado a morte. Por causa dela, que existem as religiões e filosofias, fazendo com que o ser humano reflita sobre a sua existência no mundo, pois para entender a vida, primeiro tem que entender a morte.
Tenho ligações diretamente e indiretamente com a morte, e do sofrimento humano desde o meu nascimento, me trouxeram grandes reflexões sobre a vida, mas o engraçado de tudo foi tudo natural, ou seja, a vida foi me mostrando sem mesmo perceber. Por exemplo, quando criança estudava perto do necrotério, e depois ia para o trabalho da minha mãe que era enfermeira e lá via os doentes, e via também pessoas morrerem na minha frente.
Depois morei no lugar que tinha vista para o cemitério, depois mudei e morei durante 10 anos ao lado de um asilo, e lá ouvia os gritos dos velhinhos e todo o dia sempre via um morto. Atualmente moro ao lado de um hospital e vejo a mesma coisa, e ainda moro perto da delegacia onde vejo pessoas sendo carregadas de algemas pelos policiais.
São muitos casos, só contei muito resumido sobre a minha experiência, ainda mais fui educado sob disciplina budista, que me aperfeiçoei com os ensinamentos taoístas, hare krisna e ten tao, e mais algumas técnicas.
Antigamente tinha grande admiração pela morte, não me assustava e não via muito sentido de pessoas irem ao cemitério visitarem os seus mortos, mesmo eu tendo o costume de passear pelo cemitério de vez em quando. Nos dias de hoje odeio a morte, porque ela levou as pessoas que mais gostava, principalmente a minha querida tia. De vez em quando, eu visito o seu túmulo e converso com ela, pois toda a minha racionalidade foi água abaixo, quando perdi a minha tia.
A racionalidade é bonitinho quando não acontece contigo, depois que acontece a sua razão desaparece, depois vê que tudo aquilo que racionalizava não serve para nada. Ou seja, não existe racionalidade na morte, mesmo não acreditando na vida pós a morte, a pessoa vai querer visitar o túmulo, nem que seja para amenizar a sua dor. Mesmo não visitando o parente morto, haverá conflitos internos entre a razão e a dor de ter perdido o ente querido. Tentara racionalizar, mas infelizmente não terá efeito, por isso que muitos voltam à religião.
Jovem morto, pois não somos livres para fazer o que quer |
Converso muito com os coveiros, eles contam história do morto de como ele morreu, e muitos tiveram (ainda jovens) mortes tristes, alguns foram assassinatos com tiros na cabeça, outro cometeu suicídio por causa de mulher, meninas que foram estupradas e encontraram o corpo em decomposição no rio, etc. Convido caro leitor que confira o que eu disse, passeia pelo cemitério, toma consciência e muda de vida, pois não somos livres para fazer o que quer na vida.
Trabalho sobre o feminismo
www.marcioconsciencia.blogspot.com.br
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A morte também já levou pessoas queridas de mim.
ResponderExcluirMas, com elas, pude refletir no significado de viver. Certas problemas, tristezas do dia-a-dia são tão insignificantes perante a morte.
Quero que no final da vida possamos olhar para traz e apreciar uma bela jornada.